A caridade operosa

São João Calábria pertence aos santos da caridade social, movimento caracterizado pela coragem apostólica que responde: às necessidades dos pobres; ao quietismo[1] que desvaloriza a ação humana; e por último, à necessidade de renovação espiritual, “Instaurare omnia In Christo[2]”.

Para estes santos a caridade é resposta aos desafios. Eles têm como força testemunhal o Evangelho que dá novos horizontes e esperanças.

Para Calábria, a caridade é exercício prático da fé. Essa deve caracterizar a vida da comunidade. “ A caridade, ó queridos irmãos, eis o nosso distintivo particular. O dono desta casa é Deus, chamado nos livros santos de ‘Caridade’: Deus Caritas Est” (1Jo 4,8)”[3]. A caridade antes de ser uma manifestação de solidariedade é o próprio ser de Deus. Comprometidos na busca do Reino, devemos ser impregnados pela caridade que garantirá a credibilidade e confiabilidade da nossa mensagem.

A caridade é realização da fé. “Vós ricos, quando dais aos pobres, tal ato de misericórdia é justiça. E Santo Agostinho, em suas instruções ao povo dizia: vós fazei sinal da cruz, vindes à Igreja, escutais as homilias, vos aproximais aos Sacramentos, mas tudo isso não pode me garantir que sois cristãos. Aquilo que demostra isso é unicamente a caridade, é o amor pelos irmãos”[4]. Padre Calábria expressa o quanto é importante ter a consciência de que a prática da caridade é um ato de justiça com o próximo e por conseguinte manifestação da condição filial e fraterna.

A caridade é Boa notícia do Reino, manifestada por e em Jesus, o Filho enviado pelo Pai: “É o espírito puro e genuíno do Santo Evangelho, aquele espírito novo que Jesus veio trazer à terra, que é fogo de caridade para com Deus e de amor para com os irmãos, que são a sua viva imagem”[5]. A caridade é resposta para os desafios atuais

Padre Victor Zacarias Luaco, Psdp

[1] Cfr. ttps://messaggidonorione.it/articolo.asp. Acesso: 5 de outubro de 2021.
[2] Lema de São Pio X:
[3] J. CALABRIA, CARTA*8091, VERONA, 18.12.1918.
[4] J. CALABRIA, CARTA LXVII, 1949.
[5] Idem.

FONTE: Revista A PONTE. Ed. 04.2021

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